Livro "Verão da Lata" revela a história das latas de maconha surgidas no litoral brasileiro em 1987


“Acabei de receber uma ligação de Brasília. Nós temos uma informação do DEA a respeito de uma embarcação que está transportando 22 toneladas de maconha. É um barco de bandeira panamenha: algo como Solon Star ou Solomon Star. O informe diz que o barco veio da Austrália e vai parar aqui no Brasil. Daqui o bagulho segue para Miami, em duas embarcações menores. A maconha está acondicionada em latas!”

A editora Barba Negra lança em julho o livro “Verão da Lata” do jornalista Wilson Aquino. O livro conta a história – que não é lorota não – do verão de 1987 em que uma embarcação panamenha despejou 22 toneladas de maconha no litoral brasileiro. E toda essa “materialidade” começou a desembocar nas praias do Rio de Janeiro e do litoral Norte de São Paulo.
A trama toda começou com um simples telefonema da DEA – ou Força Administrativa de Narcóticos, órgão de polícia federal do Departamento de Justiça dos Estados Unidos - para a Polícia Federal brasileira no dia 7 de agosto de 1987, avisando que uma embarcação deveria chegar à costa brasileira com um carregamento de maconha. Depois de dias de buscas, a Marinha e a Polícia Federal desistiram de encontrar o barco, que atracou tranquilamente na Baia de Guanabara com o nome de Solana Star, no dia 3 de setembro de 1987, e de porão vazio. O bagulho todo tinha sumido!
Mas o que os tripulantes não imaginavam ao despejar as latas no mar é que elas iriam boiar até a costa, fazendo a alegria dos banhistas e o desespero dos federais. Foram mais de 15 mil latas com média de 1,3 a 1,5 quilos de cannabis, misturada com mel e fechadas a vácuo que começaram a reluzir em águas brasileiras.
Wilson Aquino reúne neste livro fotos, depoimentos e entrevistas com pessoas que viveram esses dias do Verão da Lata, e algumas que inclusive testaram a “materialidade do delito”. Para muitos foi um fato desastroso, mas analisando com outros olhos – possivelmente vermelhos – foi um verão marcante, e em gírias mais atuais, um verão chapado.

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