"O paraíso de Zahra" retrata a realidade atual no Irã



Os iranianos marcham pelas ruas de sua capital em protesto pelas eleições presidenciais, os manifestantes exigem a contagem de votos. Bandeiras verdes hasteadas marcam a indignação do povo. Começam os tiros. Pessoas correm para todos os lados, muitos feridos. Neste cenário de caos, Zahra perde seu filho Mehdi, talvez para sempre.

A editora LeYa lança em janeiro o aguardado “O Paraíso de Zahra” dos desenhistas iranianos Amir e Khalil, webcomic lançada em fevereiro de 2010 em 12 idiomas – incluindo inglês, árabe, persa e português. Os autores, que preferem não divulgar seus nomes por medo de represálias dos aiatolás, narram uma história forte, marcada pelo amor, pela perda e a luta por liberdade.

Após os protestos, os desaparecimentos e mortes de diversos iranianos – divulgados para o mundo pelo Twitter e YouTube – Zahra inicia uma busca incansável por seu filho Mehdi, de apenas 19 anos. Hassan, irmão de Mehdi, é o narrador dessa história pelo blog “Zahra’s Paradise”.

Passando por hospitais e necrotérios, implorando a burocratas corruptos, visitas diárias a prisão Edin, e esperando com todas as forças que sua busca não termine no cemitério ao sul de Teerã, também chamado de Zahra’s Paradise.

“O Paraíso de Zahra” é uma trama ficcional permeada de pessoas reais e eventos com uma visão profunda do que é o Irã hoje. Uma história com narrativa em primeira pessoa da revolta ainda em andamento neste pequeno país assolado pelos aiatolás.

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