Orfeu estreia em setembro

Na noite de 25 de setembro de 1956, o Theatro Municipal do Rio de Janeiro presenciou um impacto seguido de perto pelo nascimento de um clássico imediato. O impacto foi causado pelo elenco – pela primeira vez um time de atores negros ocupava o palco do mais famoso teatro brasileiro. Orfeu da Conceição, obra-prima escrita por Vinicius de Moraes, com música de Tom Jobim e cenários de Oscar Niemeyer. Baseado no mito grego de Orfeu e Eurídice, o musical se tornou um marco do moderno teatro brasileiro.

Passados 54 anos daquela noite histórica, o espetáculo, rebatizado agora apenas de Orfeu, volta ao cartaz com produção de Gil Lopes e um elenco formado por 18 atores negros acompanhados em cena por uma banda de sete músicos. A estreia nacional será no dia 9 de setembro, no Canecão, Rio de Janeiro, para uma temporada de duas semanas. De lá, a montagem segue para São Paulo (HSBC Brasil, de 23 a 26 de setembro), Brasília (Teatro Nacional – Sala Villa-Lobos, de 08 a 10 de outubro), Goiânia (Teatro Rio Vermelho, 14 de outubro), Porto Alegre (Teatro do SESI, 22 e 23 de outubro) e Curitiba (Teatro Guaíra, 27 e 28 de outubro).

Nos últimos anos, o texto de Orfeu voltou a ganhar destaque mundial ao ser citado em A Origem dos Meus Sonhos, a autobiografia do presidente dos Estados Unidos Barack Obama. No livro, Obama descreve a noite em que, aos 16 anos, acompanhou a mãe ao cinema para assistir ao filme Orfeu Negro. “Os olhos dela se iluminaram diante do mito grego dos amantes desventurados, Orfeu e Eurídice, ambientado nas favelas cariocas durante o carnaval...e da promessa de uma outra vida: quente, sensual, exótica, diferente”, escreveu o presidente.


SINOPSE: Vinicius de Moraes transportou para as favelas cariocas, num feriado de carnaval, a história de amor de final trágico entre Orfeu e Eurídice. No musical, Orfeu, um sambista que vive no morro, filho de um músico e de uma lavadeira, apaixona-se por Eurídice. A paixão entre Orfeu e Eurídice desperta o ciúme e o desejo de vingança em Mira, ex-namorada do sambista, que leva Aristeu, apaixonado por Eurídice, a matá-la.

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